sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Baby sling

Logo que engravidei, vi uma reportagem na tv sobre os slings... Esses panos amarrados que algumas mulheres de diferentes etnias e culturas usam pra carregar seus bebês por aí. Mesmo antes de ver a reportagem, já me fascinava a idéia de adotar uma ferramenta, ou melhor dizendo: um acessório, para carregar o bebê. Transmite, sei lá, maior segurança, praticidade já que em muitos casos a mulher fica com as mãos livres e acima de tudo, charme. Charme vindo da maternidade, claro, nada muito sensual, mas um charme que carrega consigo até o peso da pureza.
Depois de ter visto a reportagem, estabeleci que usaria o sling como uma forma urbana, paulistana e absolutamente necessária para carregar o meu bebê. Ainda no começo da gravidez, aprendi a amarrar uma canga e tive como voluntário o meu gato jack, que sempre muito prontamente topava ensaiar o “estado sling”. Um fofo... Um dia até fiz arrumação no quarto com ele penduradinho e foi bem tranquilo pra mim e pra ele.
Pesquisei vários modelos de sling e antes da Alice nascer eu já sabia quais queria e quais jamais usaria. Os gigantescos que contornam toda a mulher que acabou de parir e tenta, inutilmente disfarçar aquilo que aconteceu com o seu corpo não fazia o meu estilo. Muito pano contornando uma gorda ia me deixar triste, mau humorada (estado que já é da minha natureza) e, de verdade: feia pra caramba.
Encontrei algumas variações de sling, alguns menores, mais discretos, com menos pano, com bolsinhos internos....
Gostei daquele da Munchkin, mas aqui no Brasil custava muito caro...Pra trazer de fora é aquela chateação de pedir pros outros e torcer que escolham aquele modelinho e aquela cor que eu escolheria... Encontrei da Munchin aqui na loja da “Alô Bebê” (loja física, pois na virtual não tinha) mas não consegui pagar 130 reais num paninho tão pequeno...Eu tinha esperança de encontrar mais barato.
Pesquisando, pesquisando...Encontrei o sling que eu queria... O site era “sampasling” http://sampasling.com.br/ ... Eles tinham ali 3 modelos de sling: o de amarrar que eu detesto, um de velcro (que eu sei que é forte, mas não me dá segurança espiritual), e o “sampasoft”.
Encontrei no sampasoft o modelo ideal para mim. Projetado pra quem vive em grandes centros urbanos, quer algo discreto, com pouco pano e sem muitos segredos e artimanhas pra se montar e desmontar.... Isso sem falar no preço que parecia ser ótimo. Não paguei nem 70 reais com o frete e tudo!
Para escolher o sling, além de olhar mil vezes as cores disponíveis, li atentamente a tabela de tamanhos que é bastante complexa. Tem que ver medida de tudo... Peito barriga, pneuzinho, altura, jeito que quer carregar o bebê.... Escolhida a estampa e o tamanho, comprei o meu sling que no dia seguinte já estava em casa! Foi aquela alegria.
No dia seguinte precisava sair com a Alice e não tive dúvidas! A grande estréia do sling: fracasso total. Alice simplesmente se contorcia como um camaleão e urrava pra que eu não a mantivesse ali, naquela que parecia ser uma posição bastante desconfortável. Tentei algumas vezes e o sling definitivamente não estava confortável... De cara eu percebia que faltava “um jeito”; que nem eu nem ela estávamos confortáveis... Foi aquela tristeza.
Passaria em breve dois meses em São Paulo sozinha...Eu e Alice... Poxa vida eu tinha comprado o sling pra me auxiliar nessa coisa de ir pra lá e pra cá e não ter que levar o carrinho.... Principalmente eu que uso muito o transporte público... Deu um medo de não poder contar com esse acessório.
Quando chegamos em São Paulo, fiquei mais em casa... Na primeira semana ia ao mercado com a Alice no carrinho... Bem pequenina, com 2 meses incompletos e comprava apenas o que conseguisse carregar com apenas uma das mãos.
Logo na primeira semana marquei uma consulta médica. Fiquei matutando, matutando sobre como faria pra ir ao consultorio com o carrinho... Como faria pra entrar na estação de metrô, pra subir a escadaria que levava ao prédio... Enquanto pensava e arrumava nossas coisas para sair, a Alice pegou no sono... Peguei ela no colo e fiquei carregando, pensando se a colocaria no carrinho... Peguei o sling e a envolvi nele, como se fosse uma cobertinha vestida em mim. Não soltei a Alice no sling, fiquei carregando com o meu “abraço”de mãe mesmo.
Fiquei segurando como se não houvesse nada ali. Pensei comigo e decidi que ela iria no colo, vestida pelo sling. Fomos.
Na ida, eu me sentindo uma vitoriosa. Ela dormindo. Chegamos ao consultório e ela acordou apenas para mamar... Percebeu que estava envolta no pano outrora odiado, mas concentrou-se mais em mamar mesmo. Voltou a dormir. Fui consultada. Saí do consultório e entrei novamente no metrô pra voltar pra casa. Ela dormindo. Eu vitoriosa. Saí do metrô já no quarteirão de casa. Sorridente; expressão rara em mim. Cheguei até a relaxar os braços e deixar que a Alice ficasse usufruindo da função do sling... Meus braços descansaram! Entrei em casa, tranquei a porta e... Alice acordou. Ia chorar. Eu, mais que agradecida a tirei dali, troquei fralda e brincamos um pouquinho. Compartilhei com ela sobre o nosso avanço do primeiro passeio de sling... Foi bem bacana! Me senti gente, senti que eu posso sim sair de casa, que o sling ajuda e dá segurança. Passei aquela tarde sonhando e planejando umas visitinhas a amigas, passeios... Foi um dia feliz mesmo. Marcante. Praticamente uma mudança de estado.
Logo depois desse episódio, comecei a fazer diversos passeios com a Alice de Sling... Sempre com a mesma abordagem inicial: carregar ela no colo apenas envolta pelo sling mas não solta. Saindo na rua já dava pra soltar pois ela se distraia com o movimento e ficava tranquila...Acho que também sentia-se segura... Com a aceitação dela pelo sling, comecei a encontrar posições mais adequadas e versáteis para carregá-la: mais deitadinha e guardadinha, ou sentada e com o braço de fora pra ver a vida!
Fui ficando craque no sling e ele foi fazendo parte da gente. Passamos a ficar tão à vontade andando por aí que as pessoas me paravam na rua para perguntar sobre a funcionalidade. Conheci inclisive um rapaz muito simpático na fila do caixa do mercado que me pedia orientações sobre esse processo de adaptação, pois sua irmã tinha um bebê que não se adaptava...
A grande sacada é essa mesmo... ADAPTAÇÃO. Cada mãe vai descobrir sua fórmula, do mesmo jeito que as mães se acostumam com cangurus, carrinhos, cadeirinhas de carro, etc, etc... E foi desse jeito que eu e a Alice fizemos graaandes passeios.
Ps: as compras de mercado passaram a ser feitas com: Alice no sling e carrinho de feira! Prático, barato e fácil! (mesmo por que eu não aguentava mais pagar R$12,00 de taxa pro delivery do “Pão de Açúcar” trazer as coisas pra mim em casa... e ir ao mercado todo dia comprar apenas uma cestinha.... Durou bem pouco.)

Um comentário:

  1. Oi Carol!

    Que legal esse sling! Ao mesmo tempo que é uma coisa que parece ser antiga, é tão útil nesses dias atuais! Às vezes saio por aí e não entendo por que muitas mães preferem sair com uns carrinhos enormes de bebê.
    A Alice parece que tá curtindo...
    Vocês já estão de volta à São Paulo?

    Beijos

    Dani

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